sexta-feira, 13 de maio de 2011

DESCENDÊNCIA ESCRAVISTA EM CRUZETA?

O fato relatado, a respeito da existência de escravos negros no município de Cruzeta, transcende entre o real e o imaginário, não sabendo se realmente o fato ocorrido é verdadeiro. Mas, segundo historiadores seridoenses... (A. Guerra/ L. Aciole/ R. Macêdo).

”Numa grande seca do século XVIII, Antônio Paes de Bulhões, do Acari, viajou com imenso sacrifício até a Vila de Camaratuba no vizinho Estado da Paraíba, atualmente BARRA DO CAMARATUBA, último distrito do Estado da Paraíba, pertencente ao município de Mataraca-PB,
a aproximadamente 105 km. da cidade de João Pessoa/PB, está localizada entre a reserva dos índios potiguaras e a foz do Rio Guaju, que demarca a fronteira entre os Estados da Paraíba e do
Rio Grande do Norte. É a ultima praia do litoral paraibano, ao norte.
Um dos objetivos do Sr. Antônio Paes de Bulhões, (um dos desbravadores do Seridó), era comprar farinha, alimento básico da época. Mas não encontrou quem vendesse. Um escravo, todavia, sabedor do fato, cedeu-lhe parte de sua produção e não quis receber pagamento.
Passada a seca, Antônio Pais de Bulhões retornou a Camaratuba, e em troca do favor, pagou a carta de alforria para seu amigo escravo, trazendo-o para o sertão do Seridó e deu-lhe, no rio São José (onde repousa a bacia do açude Cruzeta), um pedaço de terra, uma modesta casa e semente de gado. Este ex-escravo chamava-se Feliciano José da Rocha, e veio a ser próspero fazendeiro, conhecido posteriormente como Capitão Feliciano.
Em outro ano de seca, o Sr. Antônio esforçava-se para salvar seu rebanho, e o do seu amigo, da fome e da sede. Começou a cavar cacimbas no leito seco do rio: se não encontrasse água, seria uma calamidade; se encontrasse, teria o remédio. Encontrou. Daí, a origem do nome Fazenda Remédio. “Aquelas areias secas, tão escavadas com esperança, está hoje permanentemente molhadas pela água do açude público de Cruzeta e, nas terras da fazenda, está assentada hoje uma cidade sob a invocação de N. S. dos Remédios.”
Apesar dos esforços de alguns historiadores, não se sabe o que aconteceu com o ex-escravo, quando da sua vivência nas terras seridoenses, quando dos seus parentes e de sua morte. Fica no ar a incógnita histórica da existência de escravos e senzalas no município cruzetense, tendo em vista que Cruzeta data de 1920, enquanto a abolição da escravatura ocorreu em 13 de maio de 1888 com a assinatura da Lei Áurea.

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