Na medicina popular, corpo e espírito são inseparáveis, o tratamento geralmente supõe um ritual. A cura pode ser o resultado de um exorcismo.
A prática da medicina popular não pode ser isolada da realidade social e da história do povo portador da cultura popular
Dizem as rezadeiras"O sofrimento humano pode ter muitas causas: quebranto, mal olhado, erisipela,espinhela caída, verme, ar brabo, praga rogada, inveja, castigo divino, encosto, feitiço, vento virado A fé do paciente ajuda muito."
A benzedeira transmite uma grande paz e “peleja” com a pessoa As rezadeiras, as benzedeiras e os raizeiros teem um modo diferente de racionalizar e falar. Segundo eles, o próprio Jesus ensinou orações e remédios: - “nois busca a interseção dos santos, tudo dentro da cura Divina.Benzedô que troca as reza é pirigoso! igual o médico que troca os remédio, porque médico tem que sê bão, senão leva nome de barbero".
O ofício das rezadeiras de Cruzeta se constitue num patrimônio cultural imaterial formado a partir de um “sincretismo religioso”, pois está imbuído de elementos que podem ser identificados nas religiões do culto afro, indígena e católico. Não é por acaso, que no Brasil colonial esta prática se encontrava associada aos rituais de curas realizados por africanos, índios e mestiços, que foram os maiores curandeiros da América Portuguesa devido os conhecimentos que tinham da flora e dos tratamentos terapêuticos realizados com os chamados “remédios do mato”.
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