segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Oração a Nossa Senhora dos Remédios


Pedir por todos dos sofrimentos.

Virgem soberana rainha do céu e da terra, estrela resplandecente, Senhora dos Remédios, sede o remédio eficaz aos meus males, as minhas dores, minhas aflições, aos meus martírios, aos meus trabalhos, livrai-me da peste, enxugai o meu pranto, aliviai-me desta dor que sofro deste perigo em que estou, desta cilada que me armaram, defendei a minha justa causa, lançai os Vossos misericordiosos olhos em torno de mim, o mais indigno e fiel pecador, lançai Virgem Santíssima sobre mim os Vossos olhos de piedade com aquela ternura e amor com que lançastes ao Sacrossanto cadáver de Vosso adorado Filho, Jesus Cristo, quando Vos entregaram tão cruelmente maltratado.
Se Vos compadecestes desses ingratos algozes como não fareis a mim que choro, que clamo contra tanta impiedade para com Deus tão bondoso.
Rogai Senhora dos Remédios ao Vosso amantíssimo Filho por mim pecador, para que possa, sem receio, entrar nessa celestial corte, onde reinais para sempre.
HINO DE NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS


1. Eia povo devoto a caminho / sob a vista bondosa de Deus./ Vamos todos levar nosso preito / à bendita Rainha dos Céus.

REF.: Salve ó Virgem Mãe piedosa, / Salve estrela formosa do mar./ Santa Mãe dos Remédios / sobre nós lançai o olha(bis).

2. Lindas flores lancemos contentes, / sobre a fronte da Mãe de Jesus / para que Ela nos mostre o caminho que à paragem celeste conduz.

3. Nossas almas desfilam ferventes / sobre a água do mar / lindos hinos de amor procuramos à Rainha do Céu exaltar.

4. Nossa vida será mais tranquila, / toda cheia de flores e luz. / se nós formos buscar doce abrigo, / sob o manto da Mãe de Jesus.
A ARTE ARQUITETÔNICA E ARTISTICA
DA IGREJA DE N. S. DOS REMÉDIOS: CRUZETA-RN


A igreja sofreu influência de dois estilos artísticos arquitetônico: o GÓTICO (estilo arquitetónico que segundo pesquisas, é evolução da arquitetura românica e precede a arquitetura renascentista) e o ROMANO (Os conjuntos arquitectónicos seguem, geralmente, a planta basilical, uma, três ou cinco naves (geralmente três), colunas que sustentavam as abóbadas e um aspecto maciço e horizontal) constituído de três naves – a primeira que dá acesso ao altar-mor e duas secundárias que terminam com a implantação de dois andares menores.
No ano de 1986 a arquitetura artística passou por grandes mudanças. No lugar dos grandes janelões tradicionais ganhou a influência da Arte Bizantina através de lindos Vitrais.
A Matriz foi tombada pelo Patrimônio Histórico – IBGE – protegida por Lei nº 2321-5 e foi consagrada em 18 de outubro de 1987.
Em 2011, Pe. Héliton Marcone resolve adornar com maior requinte o estilo artístico da Matriz. As antigas colunas ganharam um requinte Capitel no estilo Coríntio. Pintura estilo marmorizado (pintura que imita o mármore), a base de tinta policollor ouro rico (importada de Milão).
O altar da padroeira foi totalmente modificado através de um estilo tradicional, com nicho único com base para duas imagens laterais acessórias (São José e o Coração de Jesus). Molduras em folhas de ouro. Corpos do altar no mesmo estilo das colunas e arcos do presbítero e a nave central. Tem quatro colunas na parte superior as iniciais de Nossa Senhora dos Remédios (NSR). Abaixo da imagem da Padroeira terá um painel e os detalhes de friso e ramagem. Também foi usada tinta policollor ouro rico (importada de Milão).
O presbítero ganhou reforma em granito com barra de mármore, ambão novo, a mesa eucarística continuou a mesma, pois o altar é dedicado, o mesmo foi apenas revestido.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Historia das Rendas

Historicamente, a renda pode ser muito antiga, caso esta seja considerada exemplo de algumas espécies de tramas de fios produzidas ainda no período neolítico. Porém, na forma de sua configuração atual, este artesanato têxtil é relativamente recente. É apenas entre os séculos XV e XVI que a história começa a apontar indícios de sua origem, com Flandres e Itália reivindicando sua paternidade. Flandres intitulando-se inventora da renda de bilros e a Itália pedindo a patente da renda de agulhas, da qual nasce a renda renascença.
Mesmo antes do século XV, em meados dos séculos XII e XIII, a história explora a possibilidade de a renda ter aparecido na Espanha e em Portugal, para onde os mouros a teriam levado.
Mas, nesse caso, não se trata da renda como viemos a conhecer por volta dos anos 1500, e sim de alguns tipos especiais de bordados e tramas desenvolvidos com maestria pelos árabes.
Ao se analisar atentamente a arte árabe, encontra-se semelhanças tipológicas entre esta e a renda produzida na Europa a partir do século XV. Seu estilo artístico é fundamentado em princípios religiosos e desaconselha qualquer representação da figura humana. Dentro dessa aparente limitação criativa, seus artistas desenvolveram muito as formas abstratas como linguagem para sua expressão visual, adotando a geometria, a caligrafia e os motivos florais como principais elementos de sua estética. Essa forma de representação imagética ficou conhecida como arabesco e foi largamente usada na decoração de prédios e artefatos
de uso cotidiano. Os arabescos árabes configuram tramas visuais complexas e rebuscadas, e essas tramas, quando comparadas morfologicamente com as tramas das rendas do século XV, apresentam vários aspectos semelhantes. Por isso, é provável a hipótese desta arte ter influenciado de algum modo a criação da renda européia.
As pioneiras investigações foram no sentido de produzir bordados com linha branca sobre fundos claros e em tecidos leves e transparentes, como tule e musselina. Em seguida, criaram a técnica de cortar certos espaços vazios do tecido entre os motivos bordados, vazando-se áreas estratégicas ao redor deste. Os italianos batizaram essa invenção de punto tagliato, os franceses de point coupé, ou seja, ponto cortado. Estava, nesse momento, dado o primeiro passo à criação da renda, e nascia também o que tempos depois ficou conhecido como a técnica para a produção do richelieu.
Após o ponto cortado, as experimentações dos artesãos continuaram e criaram o que foi chamado pelos italianos de fili tirani, e pelos franceses de fils tires, ou fios puxados. Esse processo consistia em retirar do tecido alguns fios, conservando apenas os necessários para estruturar e interligar os pontos e os motivos bordados. Esta técnica específica do desfio deu origem a um tipo especial de renda, conhecida no Brasil como crivo ou labirinto.
A esse bordado cortado e agora feito sobre tecidos propositalmente desfiados, os artesãos acrescentaram pequenas barras serrilhadas ao seu redor, para dar-lhe acabamento lateral e mais sustentação. Sem o fundo de tecido e com a barra ao redor o bordado já poderia ser considerado, praticamente, uma peça de renda.
Para estes novos pontos foram criados inúmeros desenhos de padrões para serem produzidos em diferentes modelos. Estes padrões popularizaram-se através dos livros de padrões, desenvolvidos e editados na Itália durante todo o século XVI.
As pesquisas para a feitura de novos pontos continuaram especialmente na Itália. Entre todos os pontos cortados criados, aquele que se apresentava como inteiramente novo ficou conhecido como ponto no ar. O que o divergia dos demais era o fato de ele não precisar de um tecido de base para ser executado, diferentemente do ponto cortado, no qual, embora o tecido praticamente desaparecesse após o desfio, ainda assim, só era possível de ser produzido tendo um tecido como base.
O ponto no ar era feito de maneira livre do tecido; isso possibilitou uma ruptura completa entre o bordado e a renda, a qual acabava de nascer. Em decorrência desta descoberta, é possível reconhecer a Itália como a grande responsável pelo invento deste novo artesanato têxtil. Mesmo assim, dentro do país passou a existir uma disputa entre as cidades de Ragusa e Veneza pela paternidade da criação deste ponto. Porém, Veneza veio a se tornar um centro bem mais famoso e respeitado na produção de rendas de agulhas, exportando tanto seu artesanato como seu conhecimento para outros países europeus.
O ponto no ar, após a fama de Veneza, também ficou conhecido como ponto de Veneza e começou a ser utilizado amplamente na França, juntamente com seus precursores artesanatos têxteis, como o ponto cortado e os fios tirados.
Mais tarde, na França, entre 1754 e 1793, as artesãs trabalharam para aperfeiçoar o ponto de Veneza e criaram o point de France, ou ponto da França, que logo consolidou a supremacia daquele país na produção de rendas de agulhas em toda a Europa. Este novo ponto era mais fino e trazia em sua composição formas mais rebuscadas de folhagens e arabescos, diferentemente dos padrões mais geométricos das rendas italianas.
A Itália procurou reagir ao crescimento do artesanato têxtil francês e Veneza criou o punto di rosa, ou ponto de rosa. Embora tenha sido descoberto em Veneza, outra cidade italiana, Burano, acabou por se tornar a sua principal produtora, mudando o nome de ponto de rosa para ponto de Burano.
Mesmo com o advento do ponto de Burano, a Itália não conseguiu reconquistar a antiga hegemonia na produção da renda de agulha, pois foi justamente o ponto da França que se propagou por toda a Europa. Com essa ampla disseminação, outros países se sentiram encorajados a também produzirem este novo e original artesanato têxtil, principalmente no espaço de tempo em que a França cessou provisoriamente a sua produção durante a Revolução Francesa.
Porém, além da Itália e da França, é importante verificar que outras nações contribuíram profundamente para a disseminação e consolidação da renda de agulha pelo mundo, e neste contexto pode-se reconhecer Espanha, Inglaterra, Islândia e Portugal, como países fundamentais no processo de divulgação da renda. Contudo, a França continua sendo decisiva para a implantação da renda renascença no Brasil, especialmente no estado da Paraíba.
Originalmente, a renda de agulha teve seu uso atrelado ao vestuário. Historicamente, a renda foi introduzida nas indumentárias entre os séculos XV e XVI como elemento decorativo que pudesse substituir o bordado. A diferença entre o bordado e a renda é bem clara. O primeiro é a aplicação de motivos sobre o tecido de forma que este se torne uno ao pano. O segundo, a renda, constitui-se em uma trama auto-estruturada independente de um suporte, no caso, o tecido. Assim, o bordado quando aplicado em uma peça de vestuário não pode ser retirado desta, diferentemente da renda. Com essa possibilidade de ser removível, este novo artesanato têxtil tornou-se uma das maneiras encontradas por homens e mulheres para diferenciar uma mesma peça de roupa nas diversas ocasiões de seu uso.
Divergindo dos dias atuais, em que prevalece a aplicação de renda em roupas femininas, inicialmente não foi exclusivamente nas vestimentas de mulheres que ela teve destaque, pois suntuosas peças desse artesanato foram produzidas para os trajes masculinos. Nesses séculos, durante o Renascimento, encontram-se vários personagens nobres usando renda em seus trajes, concedendo a esta um grau de sofisticação que ajudou em muito a difundila por toda a Europa.
Com o passar dos anos, a renda ganhou ainda mais destaque nas indumentárias, sendo empregada com magnificência, além de seu predomínio em golas, mas também em punhos e em lingerie feminina e masculina. Além desses usos, também foram usadas na ornamentação dos canos das botas altas, surgindo a moda dos canhões (ornamentos de rendas que se prendiam ao longo das pernas).
O uso das rendas foi de tal proporção que seu valor social em possuí-las era de elevado status, a ponto de a Igreja Católica proibir o uso excessivo desse artefato, embora também a Igreja a usasse em suas vestes eclesiásticas e na decoração dos altares.

Historia dos Bordados

Um bordado é uma forma de criar à mão ou à máquina desenhos e figuras ornamentais em um tecido, utilizando para este fim diversos tipos de ferramentas como agulhas, fios de algodão, de seda, de lã, de linho, de metal, de maneira que os fios utilizados formem o desenho desejado.
No que se refere especificamente à atividade artesanal, a maior concentração de tipos de bordados se encontra na região nordeste do Brasil. No Ceará, por exemplo, os bordados são provenientes de artesãos de todo o estado, e ficaram conhecidos por sua beleza e sua arte peculiar. Através dos tipos de bordados denotam-se traços característicos regionais de seus habitantes, aspectos inerentes à cultura e história.
O bordado, executado sobre o tecido com agulha e linha, difere da renda porque esta não é aplicada sobre fundo já existente: ela mesma é um tecido de malhas abertas e com textura delicada, cujos fios se entrelaçam formando um desenho. Já as rendas mais famosas são as de bilros. Tanto com o bordado, quanto com as rendas, são confeccionados artigos de cama e mesa e peças de vestuário.
No estado de São Paulo, a cidade de Ibitinga é conhecida por projetos e atividades comerciais baseadas em bordados. Todos os anos nesta cidade realiza-se tradicional Feira do Bordado, o que desperta a curiosidade de turistas vindos de diferentes regiões do país.
De acordo com informações obtidas da revista Ponto Cruz Manequim3 os registros históricos do ponto cruz coincidem com a pré-história. No tempo em que os homens moravam em cavernas, o ponto cruz servia para costurar as vestimentas, feitas de pele de animal. Eles usavam agulha de osso e, no lugar de linhas, tripas de animais ou fibras vegetais. Fragmentos de linho datam de 5000 a.C.; retirados de túmulos egípcios em escavaçõesarqueológicas, revelaram que o ponto cruz era usado para cerzir peças de tecido.
Na Antigüidade, os romanos descreviam o bordado como a “pintura de uma agulha”, mas foram os babilônicos que batizaram esta técnica. Existem controvérsias sobre a origem do ponto cruz, da forma como é utilizado hoje. Há quem acredite que ele tenha surgido na China e depois levado para a Europa.
No século XVIII diversas pessoas de diferentes posições sociais faziam o ponto cruz e nesta época surgiram os mostruários, a fim de facilitar a escolha dos motivos das cores.
Em termos do que era criado em ponto cruz, são exemplos as letras do alfabeto, borboletas, flores, casas, bordas floridas e as famosas amostras. Nos motivos, aparecia ou a assinatura de quem realizava o trabalho, a data e, às vezes até mesmo, a idade da bordadeira.
Desde a Idade Média até os dias atuais o prestígio do ponto cruz nunca diminuiu. Os motivos ganharam novas inspirações e muita vitalidade, levando os trabalhos às possibilidades de enriquecer a decoração, dar ares à criatividade e também valorizar a habilidade manual.
A seguir, mencionam-se as principais técnicas de bordado:
Hardanger: elaborado com pequenos vazados, quadrados e formas geométricas, o hardanger segue a trama do tecido. É trabalhado com quatro fios, tanto na vertical quanto bordados e rendas para cama, mesa, banho e casa 13 na horizontal. Caseado, ponto de cetim, ponto de cabo, ilhós, enchimento com fios cruzados e barras tecidas são alguns dos pontos usados nesta técnica;
Ajour: a expressão francesa a jour significa “claridade” ou “aquilo que deixa passar a luz”. Por meio de pontos específicos, o bordado introduz aberturas e orifícios no tecido que criarão desenhos de diferentes tipos. Cada país ou região acabou por criar seus próprios desenhos surgindo, assim, o a jour americano, dinamarquês, norueguês e italiano. Alguns desenhos são tão complexos e sofisticados que acabam se aproximando da renda;
Pedrarias: técnica de bordado que faz uso de miçangas, vidrilhos, canutilhos, paetês, lantejoulas, pérolas e cristais. Registros arqueológicos mostram que as pessoas costumavam fazer uso das pedrarias há mais de cinco mil anos;
Assis: técnica que tem sua origem na cidade italiana de Assis. Muito utilizada na confecção de peças sacras, esta técnica é uma variação do ponto cruz. A diferença está no fundo do trabalho, que é preenchido e faz com que o desenho central apareça delineado pelos contornos;
Ponto cruz: conforme já mencionado anteriormente, primeiros trabalhos que mostram pontos semelhantes ao ponto cruz foram encontrados por pesquisadores na Ásia Central e datam de cerca de 850 a.C. Mas é no Renascimento que o ponto cruz toma a forma pela qual se tornou conhecido atualmente. A mouliné é uma das linhas mais utilizadas nesta técnica;
Blackwork: arte embasada em formas geométricas. Foi Catarina de Aragão, mulher de Henrique VIII, quem deu a este tipo de arte um caráter popular e não mais sacro como aconteceu até o século XVI. Originalmente, o bordado era feito sobre um linho branco com fios de seda pretos, entremeados com fios de ouro;
Pattern darning: culturas de todo o mundo costumavam usar esta técnica de bordado para decorar artigos de roupa e linho de família. O ponto é simples e é conhecido entre as bordadeiras por “ponto de correr”, que pode ser feito na horizontal, vertical e diagonal.

O Bordado Richelieu

O bordado Richelieu é um bordado de características tradicionais que remonta desde a idade média. Parece desconhecer-se a sua origem. Sabe-se no entanto que foi um bordado “inicialmente” muito utilizado como adorno (cabeção) pelo Sr. Cardeal Richelieu que fazia parte da corte do Rei Luís XIII de França. A designação de “Bordado de Richelieu “, segundo parece, nasceu daí. É um trabalho que carece de bastante perícia. A sua confecção (principalmente em tecido de linho) tem requisitos especiais (para a perfeição do seu acabamento). Os espaços a recortar que contornam o desenho no tecido, são depois tecidos em linha, as chamadas brides (elo de ligação entre os desenhos). Este bordado, além de ser bastante procurado/apreciado, pode ser executado, em toalhas, naperons, cortinados, camisas, colchas, quadros, etc. dando uma real beleza a qualquer ponto ou canto onde seja colocado. Como qualquer outro bordado, o trabalho em Richelieu além de obedecer aos seus desenhos padrão/característicos, está há disposição da criatividade do Artesão.