quarta-feira, 19 de outubro de 2011


Historia dos Bordados

Um bordado é uma forma de criar à mão ou à máquina desenhos e figuras ornamentais em um tecido, utilizando para este fim diversos tipos de ferramentas como agulhas, fios de algodão, de seda, de lã, de linho, de metal, de maneira que os fios utilizados formem o desenho desejado.
No que se refere especificamente à atividade artesanal, a maior concentração de tipos de bordados se encontra na região nordeste do Brasil. No Ceará, por exemplo, os bordados são provenientes de artesãos de todo o estado, e ficaram conhecidos por sua beleza e sua arte peculiar. Através dos tipos de bordados denotam-se traços característicos regionais de seus habitantes, aspectos inerentes à cultura e história.
O bordado, executado sobre o tecido com agulha e linha, difere da renda porque esta não é aplicada sobre fundo já existente: ela mesma é um tecido de malhas abertas e com textura delicada, cujos fios se entrelaçam formando um desenho. Já as rendas mais famosas são as de bilros. Tanto com o bordado, quanto com as rendas, são confeccionados artigos de cama e mesa e peças de vestuário.
No estado de São Paulo, a cidade de Ibitinga é conhecida por projetos e atividades comerciais baseadas em bordados. Todos os anos nesta cidade realiza-se tradicional Feira do Bordado, o que desperta a curiosidade de turistas vindos de diferentes regiões do país.
De acordo com informações obtidas da revista Ponto Cruz Manequim3 os registros históricos do ponto cruz coincidem com a pré-história. No tempo em que os homens moravam em cavernas, o ponto cruz servia para costurar as vestimentas, feitas de pele de animal. Eles usavam agulha de osso e, no lugar de linhas, tripas de animais ou fibras vegetais. Fragmentos de linho datam de 5000 a.C.; retirados de túmulos egípcios em escavaçõesarqueológicas, revelaram que o ponto cruz era usado para cerzir peças de tecido.
Na Antigüidade, os romanos descreviam o bordado como a “pintura de uma agulha”, mas foram os babilônicos que batizaram esta técnica. Existem controvérsias sobre a origem do ponto cruz, da forma como é utilizado hoje. Há quem acredite que ele tenha surgido na China e depois levado para a Europa.
No século XVIII diversas pessoas de diferentes posições sociais faziam o ponto cruz e nesta época surgiram os mostruários, a fim de facilitar a escolha dos motivos das cores.
Em termos do que era criado em ponto cruz, são exemplos as letras do alfabeto, borboletas, flores, casas, bordas floridas e as famosas amostras. Nos motivos, aparecia ou a assinatura de quem realizava o trabalho, a data e, às vezes até mesmo, a idade da bordadeira.
Desde a Idade Média até os dias atuais o prestígio do ponto cruz nunca diminuiu. Os motivos ganharam novas inspirações e muita vitalidade, levando os trabalhos às possibilidades de enriquecer a decoração, dar ares à criatividade e também valorizar a habilidade manual.
A seguir, mencionam-se as principais técnicas de bordado:
Hardanger: elaborado com pequenos vazados, quadrados e formas geométricas, o hardanger segue a trama do tecido. É trabalhado com quatro fios, tanto na vertical quanto bordados e rendas para cama, mesa, banho e casa 13 na horizontal. Caseado, ponto de cetim, ponto de cabo, ilhós, enchimento com fios cruzados e barras tecidas são alguns dos pontos usados nesta técnica;
Ajour: a expressão francesa a jour significa “claridade” ou “aquilo que deixa passar a luz”. Por meio de pontos específicos, o bordado introduz aberturas e orifícios no tecido que criarão desenhos de diferentes tipos. Cada país ou região acabou por criar seus próprios desenhos surgindo, assim, o a jour americano, dinamarquês, norueguês e italiano. Alguns desenhos são tão complexos e sofisticados que acabam se aproximando da renda;
Pedrarias: técnica de bordado que faz uso de miçangas, vidrilhos, canutilhos, paetês, lantejoulas, pérolas e cristais. Registros arqueológicos mostram que as pessoas costumavam fazer uso das pedrarias há mais de cinco mil anos;
Assis: técnica que tem sua origem na cidade italiana de Assis. Muito utilizada na confecção de peças sacras, esta técnica é uma variação do ponto cruz. A diferença está no fundo do trabalho, que é preenchido e faz com que o desenho central apareça delineado pelos contornos;
Ponto cruz: conforme já mencionado anteriormente, primeiros trabalhos que mostram pontos semelhantes ao ponto cruz foram encontrados por pesquisadores na Ásia Central e datam de cerca de 850 a.C. Mas é no Renascimento que o ponto cruz toma a forma pela qual se tornou conhecido atualmente. A mouliné é uma das linhas mais utilizadas nesta técnica;
Blackwork: arte embasada em formas geométricas. Foi Catarina de Aragão, mulher de Henrique VIII, quem deu a este tipo de arte um caráter popular e não mais sacro como aconteceu até o século XVI. Originalmente, o bordado era feito sobre um linho branco com fios de seda pretos, entremeados com fios de ouro;
Pattern darning: culturas de todo o mundo costumavam usar esta técnica de bordado para decorar artigos de roupa e linho de família. O ponto é simples e é conhecido entre as bordadeiras por “ponto de correr”, que pode ser feito na horizontal, vertical e diagonal.

Um comentário:

  1. Muito bacana sua pesquisa, parabéns , tenho grande interesse em conhecer as origens da bainha aberta. Por acaso sabe me informar algo. Alguma referência bibliográfica?

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