CRUZETA COMEMORA 50 ANOS DE FESTA DA COLHEITA
(50 anos de tradição ao homem do campo).
A tradicional “Festa da Colheita” foi idealizada no ano de 1960 pelo Pe. Ernesto da Silva Espínola. O objetivo era promover o intercâmbio cultural entre a sociedade rural e urbana, agradecer a Deus e a Virgem dos Remédios pelas chuvas e a boa colheita e por fim levantar fundos para a matriz. Segundo o jovem escritor Walclei Azevêdo em seu livro Fatos Pitorescos da Cidade de Cruzeta: o Pe Ernesto montou uma brilhante equipe de organizadores, todos membros da JAC ( Juventude Agrária Católica ). O grupo era composto por: Alexandrina campos, Jurandi Cardoso (Didi Cardoso ), Anaíde Nascimento, Maria da Paz Dantas, Maria Nazareth de Azevedo Vital, Isaura Crispim, de Almeida, Maria Almira, Avani Guerra, Herli Araújo, Manoel Ângelo, Manoel Dantas ( Coquinha ), Hilton Medeiros, José Simões, José Francisco do Nascimento (Melé ) e alguns simpatizantes. Os jovens passaram a tarde inteira carregando palhas de coqueiro do sítio de Medeirinho para a cidade, a fim de enfeitar as ruas por onde passaria o desfile do dia seguinte. A ornamentação findava no largo da matriz, onde se armou um palanque que serviria para acomodar o altar da celebração e as autoridades, durante as missas do agricultor.
No decorrer da noite, Avani Guerra e Coquinha não dormiram, apenas deram pequenos cochilos, sentados na calçada da igreja, armados de pau para espantar os jumentos que quisessem comer a decoração. O restante do grupo encontrava-se na casa de Didi Cardoso fazendo as canjicas e as pamonhas para o almoço regional do grande dia. Apesar da ansiedade e inexperiência da turma, tudo saiu conforme combinado.
CARACTERISTICAS: De acordo com pesquisas do historiador nato Macêdo, “o evento tem início com uma Assembléia Campal um dia antes (noite) em frente a Igreja de Nossa senhora dos Remédios. A Assembléia oportuniza o encontro dos talentos populares existentes no município. São realizadas peças teatrais, dublagens musicais, danças e apresentações de grupos musicais populares e eruditos. É também uma homenagem cultural aos agricultores por seu valioso trabalho. Em anos anteriores elegia-se um tema onde o mesmo era retratado em um grande painel, confeccionado a base de grãos e produtos naturais – tendo sido a primeira obra pelo artífice Dângelo Moisés, sua irmã Ângela Maria e Múrcio. Por alguns anos a apresentação do painel foi extinta. No ano de 2005, alunos da EJA (Educação de Jovens e Adultos) da EMCAS (Escola Municipal Cônego Ambrósio Silva), com iniciativa da professora Renilda Pereira e colaboração dos artistas plásticos Ronaldo Macêdo e Mantena, realizaram o desejo de muitos resgatando a tona esta linda obra de arte, a qual é exposta ao público durante os festejos.
No dia seguinte, pela manhã, acontece um desfile pelas ruas da cidade com as classes e grupos que constituem a vida rural e urbana do município. Após, é celebrada a tradicional missa campal, onde os agricultores depositam ao pé do altar os produtos colhidos da terra. Ao meio dia realiza-se uma confraternização (almoço) com os agricultores. Atualmente, além dessas características já mencionadas, são realizadas missas na zona rural nas residências dos agricultores. Após a missa acontecem leilões e vendas de comidas típicas.
Apesar de todas essas especificidades a Festa do Agricultor perdeu um pouco seu brilho em decorrência da inculturação promovida pela tecnologia, que aos poucos toma o espaço rural. No lugar dos cavaleiros e vaqueiros surgiram às motos e carros que facilitam o trabalho rural, a eletricidade também chegou e faz parte do cotidiano do homem do campo, a internet, a TV, dentre outros. Mas tudo isso veio facilitar a vida simples dos sítios e fazendas que, de certa forma promovem o desenvolvimento agrário do nosso município.
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