segunda-feira, 24 de maio de 2010


SERIDÓ HISTÓRICO


SERIDO, da palavra “Ceri – Toh”, de origem indígena que significa “sem folhagem”, com pouca sombra e cobertura vegetal. O Seridó já era habitado há nove mil anos atrás. Seus habitantes deixaram marcas de sua passagem, que são as pinturas rupestres, presentes ainda em alguns municípios, como: Parelhas, Carnaúba dos Dantas e Jardim do Seridó.
Naquela época habitavam os sertões do Seridó, várias tribos. Aqui viviam: os Cariris, os Canindés, os Jenipapos, os Pegas e os Sucurus. Eram inquietos e nunca se fixavam num lugar por muito tempo. Viviam da caça e da pesca.
Entre os anos de 1680 e 1700, chegam ao Seridó os primeiros fazendeiros. Alguns portugueses com seus descendentes, pernambucanos e paraibanos. Formando as fazendas que dariam origem as cidades. Com a chegada dos homens brancos e seus gados, as tribos em defesa de suas terras se revoltaram e iniciaram uma luta armada, que fica conhecida com a Guerra dos Bárbaros.
Com o desenvolvimento das fazendas e a devoção religiosa dos fazendeiros inicia-se a construção das capelas (igrejas) e casas que deram origem aos primeiros arruados, povoados, vilas e cidades. Entre as principais: Vila do Príncipe (Caicó), Acari, Serra Negra, Jardim do Seridó e Currais Novos.
Com o poder do algodão surge no Seridó a apresentação de seu maior legado: a política. O líder José Bernardo, os governadores José Augusto e Juvenal Lamartine.
Com sucessivas e longas secas entra em decadência a pecuária. Por volta de 1860 surge a agricultura e a cultura do algodão, que seria o grande impulsionador da economia seridoense.
A partir do final da década de 60 ocorre o declínio do algodão, e já no início da década de 90 tem início o processo de industrialização do Seridó com a formação de várias indústrias: bonelarias, cerâmicas e de laticínio.
SERIDÓ GEOGRÁFICO
Os recursos naturais (água, clima, solo e vegetação), os animais e o homem formam o ambiente de um lugar. As regiões semiáridas do mundo inteiro se caracterizam pela pequena quantidade anual de chuvas. No caso do nosso semiárido, além de poucas, as chuvas são mal distribuídas no tempo (chove muito em pouco tempo e passa muito tempo sem chover) e no espaço (chove em alguns lugares e em outros não). Além disso, no caso específico do semiárido do Brasil, ocorrem secas anuais e, às vezes, em dois, três anos seguidos.
No Seridó, temos uma vegetação rala e de pequeno porte nos tabuleiros, que tem solos pouco profundos e rochosos. Já nas margens de rios e açudes, temos solos mais profundos que são formados pelas águas barrentas. Essas características não indicam que o nosso meio ambiente é ruim para se viver ou produzir. Se soubermos conviver com o nosso ambiente natural teremos, além da sua inegável beleza, as condições de viver muito bem em nossa região, produzindo riquezas.
Como já vimos, a pecuária dominou o ambiente do Seridó no início de sua formação. Depois, veio a atividade algodoeira. A cultura do algodão enfrentando crises (disputa com outras regiões e a praga do Bicudo), deixa de ser a principal fonte de renda. Sem meios de sobrevivência, o homem cortou as árvores da caatinga, retirando lenha para as olarias, (posteriormente cerâmicas) e para a produção de carvão. A exploração incorreta dos solos, o pastoreio excessivo e o desmatamento da caatinga levaram ao desequilíbrio ambiental.
Com a ocorrência freqüente de grandes secas, o desequilíbrio ambiental se transformou em um processo de desertificação, ou seja, não se pode tirar o mesmo proveito da terra como antes.
Esse desgaste ambiental tornou a vida no campo mais difícil. Sem possibilidade de sustentar-se o homem rural mudou-se para as cidades. Nas cidades, o lixo e os esgotos nem sempre são tratados e depositados corretamente. Muita gente não tem consciência e joga tudo na natureza. Assim, estraga a qualidade das águas, mata as árvores e os animais da região. O desenvolvimento só é bom quando é justo, trazendo benefícios para todos. O homem e a natureza vivem em harmonia.
O Seridó, hoje, apresenta condições ambientais críticas, já sendo considerado por algumas instituições especializadas como uma região em franco processo de desertificação. É possível tirar vantagem das nossas supostas adversidades (clima, solo, relevo, entre outras) e garantir o mesmo para nossos descendentes. Para isso, devemos aprender a conviver com o nosso meio, respeitando os limites das suas possibilidades
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